Andarilhos do sertão,
agora sobre rodas.
Não aquelas que carregam 
carroças, trouxas e gentes,
mas as outras que nelas
se equilibram sonhadores.
Passa boiada, passa chão
a fina chuva que caiu 
fez brotar o verde claro
dos pequizeiros que derramam
flores e beleza na terra,
terra seca do sertão.
Na esquina, numa encruzilhada
uma casa abandonada.
Mesmo com o bobo medo
de gente já morrida,
adentramos na casa que 
um dia já teve vida.
Que surpresa linda
ao entrar  e ver a marca de
um quadro negro na parede;
era uma escola do sertão
no meio da estrada, 
no meio do nada.
Na volta da andança,
o sol esticava seus raios,
a terra brilhava dourada.
Gente simples que passava
acenava encantada
pelos andarilhos com roupas 
coloridas, em cima de 
suas carroças urbanas,
que precisam de pernas
para alcançar os sonhos.
E na vida, de sonhar 
é a unica coisa que nao se cansa.