domingo, 15 de março de 2009

Re-começo



É domingo a noite, sozinha, coloco os meus pés para cima, puxo as folhas cheias de escritos para o meu colo e começo a fingir que um vazio feroz nao tomou conta de mim. Penso em você por um segundo e depois me ocupo por mais outros tantos, para que eu não sinta a velha e conhecida auto crítica de me saber uma profunda idiota. Olho sua foto mais uma vez e aplaudo o personagem de o "Amor nos tempos do cólera". Mera tentativa de me justificar nesse mar de amor sem fim.

Quando não me contenho e estico os braços para você me ver lá de longe, vez você estica assunto. Vez se cala para que eu me afunde de novo na estrada infinita da distância. Perco a cor aos poucos, não para você, nem para mim. Sumo à frente desse amor que há tempos se foi, sem deixar de ir.

Questiono meu existir, minha ansiedade. Lamento meu erro tantas vezes repetido, minhas fraquezas e dúvidas. Choro sua saudade e minha vontade. Sinto-me cansada, mas vejo evolução a cada decepção. Entendo aprendizado.

Desvario amando intensa e invariavelmente. Posso até ser o abandono de alguém. Mas você continua sendo o meu. E eu despejo cada gota desse sentimento na minha preparação para o dia de amanha.

Mais uma semana começa e eu ainda penso em você.


Um comentário:

Projeto Eutanásia disse...

Muito bacana, Aníssima. Senti saudades de você no Baile da Saudade. A Camilíssima tentou ligar para você, mas...

Agora, cadê o "Obra, o destino de quem ama"?

Beijos, alegrias e poesias,

Daniel Rubens Prado.