quinta-feira, 4 de março de 2010

Pinot noir e lírios





Um psiquiatra australiano disse essa semana que sua pesquisa comprovou que pessoas felizes são egoístas. Que a tristeza faz com que as pessoas percebam mais o mundo exterior, logo as outras pessoas. Que os tristes ajudam mais. Fiquei pensando nisso, mas acho que eu não estava num bom dia. Porque achei que o ser humano é sempre tão egoísta, que se ele ajuda mais porque está triste é para se sentir um pouco melhor, com o fato de ver que sempre tem alguém pior. E resolvi que nada melhor do que a gente se ajudar primeiro. Dar uma mãozinha, sabe? O dia estava realmente difícil. São tantas mudanças e um território que não me pertence. E ainda tem os outros. Sim, existem outros e seus conflitos. Os altos. Os baixos. O desânimo deu uma invadida que a cama tem chamado cedo. Nove e meia, dez da noite. Pra acordar cansada. Já conheço esse filme. O elenco? Só uma pessoa atuando. Passeei pelas ruas, não vi ninguém. Como se tudo estivesse congelado, menos eu. Almocei sozinha. Comprei flores para mim. Passei num “café” charmoso. Adoro o aroma. Parei na loja de sempre, o sommelier reparou que eu estava diferente dos outros dias. Comentou. Não respondi. Cheguei em casa e coloquei as flores num vaso com água. Num gesto de carinho aos meus sentidos, dei aos meus ouvidos Jobim. Ao meu olfato o perfume dos lírios. A meu paladar a companhia do pinot noir. E ao meu coração a calma de saber tudo acaba no seu devido lugar. Desde que não falte água às flores.



Imagem: e urubu de Jobim...




Um comentário:

Anônimo disse...

e como pra flor não pode faltar água, pra gente não pode faltar amor... à vida, às flores, aos amigos e aos amores!!!! Esse coração ai tem amor demais! Vai tudo ficar no lugar sim Aninha!